Como se permitir amar de novo?
(poesia autoral)
Como a gente se permite amar de novo?
quando o coração já não anda,
já não come, já não corre ou muito menos bate
do jeito que ele já bateu?
Sabe quando a gente já deixou entrar,
Tirou todos os muros que faziam cercar,
Fez passagem sem medo e desse mesmo jeito
O coração seguiu um caminho para se despedaçar?
Sabe quando a gente já amou
Uma primeira vez e se decepcionou,
Uma segunda vez, mas a relação não vingou
E, crédulos no amor permitimos mais uma vez.
“Fé no amor“ ouvi alguém falar
E persistimos, persistimos, tentando de alguma forma encontrar
esse amor tão bonito que ouvimos a vida toda alguém nos contar.
A gente vê na novela, todo aquele enredo
Que o final a gente já sabe o que vai dar
Torcemos, vibramos, tomamos para gente
Quando história parece querer nos enrolar
Mas depois de tudo isso,
De tanta coisa vivida,
De tantos amores perdidos,
Nas diversas idas e vindas.
Como a gente se permite amar?
E qual amor a gente realmente precisa se preocupar?
Porque depois de tanto abrir o meu coração
Percebi que o amor
Toma tantas formas que a gente nem percebe
Quando ele começa a se formar
Ele pode está aqui agora
Nessa poesia que escrevi
E resolvi recitar
Ele anda em tudo que é peito
E pode aparecer quando olhos
Decidirem brilhar
Porque nesse novo peito
Cheio de marcas e desejos
O amor mesmo assim vai morar.
Mesmo o desejo que a gente deseja matar
O amor a gente vive
E nessa vivência
Dessa nossa vida pequena
Que o amor chega a se transformar
nos leva para apreciar
As pequenas coisas da vida
Que olhos que não amam
Que peito que não vive amor
Não consegue enxergar